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As candidaturas para o E-Lar arrancam no final deste mês, mas trocar alguns aparelhos a gás pelos equipamentos elétricos promovidos no programa pode sair mais caro aos consumidores, alerta a DECO PROteste.
"A partir de 30 de setembro, os consumidores podem candidatar-se à atribuição de um voucher para a troca de eletrodomésticos a gás por equipamentos elétricos. Os esquentadores podem ser substituídos por termoacumuladores. Os fogões podem ser trocados por placas elétricas. E os fornos a gás podem dar lugar a fornos elétricos. Mas só alguns equipamentos estão abrangidos pelo voucher do programa E-lar. E nem todas as trocas compensam", explica a DECO PROTeste.
Esquentador ou termoacumulador
Por exemplo, a DECO PROTeste explica que o "programa E-Lar apenas abrange a troca de esquentadores a gás por termoacumuladores" e "isso significa que os vouchers não podem ser usados para comprar bombas de calor, que são os equipamentos mais eficientes para aquecer água em casa e com melhor performance ambiental".
"Se os consumidores quiserem beneficiar do programa E-lar na vertente de aquecimento de águas, estarão a trocar um esquentador por um aparelho que consome mais energia e que se revela mais dispendioso na fatura mensal. Não compensa para quem tem gás butano engarrafado (o mais comum em Portugal) e compensa menos ainda para quem tem gás natural", pode ler-se.
Outro exemplo é que "nem sempre compensa substituir um fogão a gás por uma placa elétrica". "Para quem tem um fogão a gás natural, apenas compensa a substituição por uma placa de indução. Já a troca por placa de vitrocerâmica revela-se mais dispendiosa no final de cada mês", considera a organização.
"Em contrapartida, se o seu fogão funciona com gás de botija, vale a pena usar o voucher do programa E-lar e trocar o fogão por uma placa elétrica, seja de indução ou de vitrocerâmica. A maior poupança será conseguida com a placa de indução", explica a DECO PROTeste.
A organização de defesa do consumidor apresenta ainda sete preocupações sobre o programa E-Lar. São as seguintes:
- "Concorrência. O regulamento do programa E-lar prevê que o voucher seja de utilização única, o que parece obrigar os consumidores a comprar todos os equipamentos ao mesmo fornecedor, o que levanta sérias dúvidas do ponto de vista concorrencial.
- Promoção do consumo. Em vez de se investir na melhoria do isolamento das habitações para reduzir o consumo de energia, promove-se mais consumo de energia com o financiamento de eletrodomésticos que implicam, em alguns casos, um gasto energético superior.
- Bombas de calor excluídas. Não se compreende porque o programa E-lar não promove a aquisição de bombas de calor, que são os equipamentos mais eficientes para aquecer água e com menor impacto ambiental. Ao invés, promove-se a compra de termoacumuladores, a solução mais ineficiente dos pontos de vista económico e ambiental.
- Termoacumuladores pequenos. É urgente esclarecer que termoacumuladores podem ser adquiridos com o voucher do programa E-lar. Ao que tudo indica, os modelos elegíveis não se adequam à utilização das famílias.
- Tamponamento de gás. A substituição de aparelhos a gás por equipamentos elétricos obriga a uma intervenção técnica para tamponar os pontos de saída de gás. O programa E-lar nada prevê sobre o custo e a responsabilidade desta intervenção, que põe em causa a segurança dos lares.
- Instalação elétrica. Aumentar o número de equipamentos elétricos em casa pode não ser compatível com a instalação elétrica existente atualmente em muitas habitações. É necessário que os consumidores se certifiquem de que não terão despesas acrescidas com obras de fundo na instalação elétrica.
- Potência contratada. Aumentar o número de equipamentos elétricos em casa, bem como a sua potência, pode obrigar os consumidores a terem de aumentar também a potência contratada junto do seu fornecedor de eletricidade. Os consumidores devem ter em conta este custo acrescido quando fizerem as contas para decidir sobre a eventual adesão ao programa. Lembre-se de que por cada nível de potência que subir irá pagar mais 2 euros por mês. E pode ser necessário subir mais do que um nível na potência contratada para suportar todos os eletrodomésticos da casa".