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Segundo as fontes, as quatro pessoas, incluindo uma mulher, foram degoladas na noite de domingo, com as vítimas a serem surpreendidas no interior das suas residências por alegados terroristas.
"Mataram quatro pessoas na madrugada de domingo, no mesmo bairro Filipe Nyusi, onde há quase duas semanas mataram cinco pessoas. Estamos mal", relatou uma fonte, a partir de Mocímboa da Praia.
Após o sucedido, a população colocou-se em debandada, tendo sido acionados para o local militares ruandeses que patrulham a zona.
"Chamámos Ruanda, mas já era tarde. Após as mortes, os rebeldes fugiram", disse a mesma fonte.
O ataque aconteceu a menos de um quilómetro da posição da força ruandesa, deixando os moradores locais preocupados.
"Mesmo assim os terroristas atacam, isso deixa dúvidas sobre a segurança que tanto se fala", lamentou outra fonte.
O total de deslocados pelos recentes ataques de grupos terroristas no norte de Moçambique subiu para 5.770, até à semana passada, em três distritos de Cabo Delgado, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
De acordo com um relatório do terreno da OIM, com dados até 15 de setembro, esta "escalada" de ataques e "aumento de medo e violência" registou-se entre 25 de agosto e 11 de setembro nos distritos de Muidumbe, Mocímboa da Praia e Montepuez.
Acrescenta que esta nova onda de insegurança levou ao "deslocamento de aproximadamente 5.770 pessoas", equivalente a 1.471 famílias, incluindo 3.271 pessoas de Mocímboa da Praia, 2.230 que "fugiram de várias localidades no distrito de Muidumbe" e 269 do distrito de Montepuez.
Em quatro dias trata-se de um aumento de 1.500 deslocados, tendo em conta dados do balanço anterior.
No final de julho, ataques de grupos terroristas no sul da província de Cabo Delgado já tinham provocado mais de 57 mil deslocados no distrito de Chiúre, segundo relatório anterior da OIM.
A província de Cabo Delgado regista um recrudescimento de ataques de grupos rebeldes desde julho, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e mais recentemente Mocímboa da Praia.
O Governo moçambicano lamentou entretanto os mais recentes ataques terroristas em Cabo Delgado, referindo que é papel do Estado perseguir, retardar e travar os ataques para que a população tenha "menos sofrimento possível".
"Lamentamos este infortúnio, mas não paramos nesta componente da lamentação por isso é que estamos com forças empenhadas para o efeito e detalhes deste serão dados, se este for o caso, pelas entidades de segurança que estão efetivamente no terreno ou então pelos responsáveis ao nível central", disse Inocêncio Impissa, porta-voz do Conselho de Ministros.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques, no norte de Moçambique, a maioria reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.
IN:NM