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Venezuela assegura que EUA triplicaram voos de aviões espiões sobre país
O Governo venezuelano disse que os Estados Unidos triplicaram em agosto os voos de aviões espiões sobre a Venezuela, enquanto Washington enviava navios de guerra para o mar das Caraíbas.
"Sempre houve operações conduzidas por aviões militares dos Estados Unidos (...) Agora, passaram de um modelo diurno para operações noturnas (...) triplicando em agosto as operações de espionagem contra" a Venezuela, afirmou no domingo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino Lopez, na televisão pública, citado pela agência de notícias France-Presse.
O governante acusou os Estados Unidos de estarem a "posicionar-se no mar das Caraíbas com toda a intenção de semear uma guerra nas Caraíbas, uma guerra que a Venezuela não quer, que os povos das Caraíbas não querem".
"Não queremos nenhum incidente, que é o que eles pretendem provocar. Não queremos nenhum incidente no nosso mar, não vamos cair nessa armadilha de provocações", disse.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Yvan Gil, denunciou no sábado a abordagem, durante oito horas, de um barco de pesca venezuelano por um navio norte-americano em águas territoriais venezuelanas, "exigindo que os Estados Unidos cessem imediatamente essas ações que colocam em risco a segurança e a paz no Caribe".
As tensões entre as duas nações aumentaram em agosto, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ordenado o envio de navios de guerra para as Caraíbas, ao largo da costa do país sul-americano, citando a luta contra os cartéis de drogas da América Latina.
Na semana passada, Trump anunciou que os Estados Unidos tinham atacado um "barco que transportava droga", matando 11 "narcoterroristas", dizendo tratar-se de membros do Tren de Aragua, um cartel venezuelano estabelecido em vários países e classificado como organização terrorista pelo Presidente norte-americano.
Os Estados Unidos acusam o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar uma rede de tráfico de droga e recentemente aumentou a recompensa pela captura para 50 milhões de dólares (cerca de 43 milhões de euros).
Maduro, que sempre negou qualquer ligação com o narcotráfico, apesar de dois sobrinhos da mulher terem sido condenados em Nova Iorque por tráfico de cocaína, denunciou a presença militar americana, considerando-a "uma ameaça".
O chefe de Estado venezuelano disse acreditar que Washington, que não reconheceu a reeleição em 2024, que segundo a oposição foi marcada por fraudes, está a tentar afastá-lo do poder.
Oposição pede ajuda para travar desaparecimentos na Venezuela
Edmundo González Urrutia, que de acordo com a oposição ganhou as presidenciais na Venezuela, enviou uma "carta aberta aos governos democratas do mundo", pedindo que travem os desaparecimentos forçados no país latino-americano.
"Dirijo-me a vocês, na minha qualidade de Presidente eleito da Venezuela, para fazer um pedido urgente para que elevemos juntos a nossa voz em defesa das vítimas. Na Venezuela, continuam a ocorrer desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e atos de tortura. Esses fatos constituem um padrão de repressão sistemática, conforme documentado pela Missão de Determinação dos Factos da ONU", explicou Urrutia, na terça-feira.
Na carta, o sucessor de Maria Corina Machado defendeu que cada caso representa não apenas uma tragédia pessoal, mas também uma afronta à dignidade humana e aos princípios universais.
"Para mim, esta não é uma realidade distante nem alheia. Como avô, vivo com dor o encarceramento e o isolamento do meu genro, pai dos meus netos, que permanece injustamente privado da sua liberdade. A sua ausência afeta a nossa família e afeta os mais pequenos, que crescem sem a companhia e o carinho do pai. Esta experiência pessoal obriga-me a reafirmar o meu compromisso de falar em nome de todas as famílias venezuelanas que passam pelo mesmo sofrimento", explicou.
Exilado em Espanha, o antigo candidato presidencial apelou "à consciência das nações democráticas para que assumam uma posição firme e coordenada".
Urrutia exigiu "o fim imediato dos desaparecimentos forçados e das detenções arbitrárias na Venezuela", "o acesso irrestrito de organismos internacionais de direitos humanos aos centros de detenção" no país, e a "proteção e acompanhamento às famílias e às vítimas que tiveram a coragem de denunciar".
"A história mostra que o silêncio e a indiferença alimentam a impunidade. A Venezuela precisa hoje da solidariedade ativa da comunidade internacional para deter esses crimes e abrir caminho para uma transição pacífica à democracia", lê-se no documento.
Por outro lado, Urrutia garantiu estar comprometido com "servir de ponte entre as vítimas e as instâncias internacionais".
"Estou convencido de que juntos podemos construir uma plataforma sólida de apoio aos cidadãos venezuelanos que pagaram com a sua liberdade e, em muitos casos, com a sua vida, o preço da ditadura. Que a voz dos vossos governos não falte neste momento decisivo para o futuro da Venezuela", concluiu.
De acordo com os dados da organização não-governamental Foro Penal (FP) em 09 de setembro, 823 pessoas estavam detidas na Venezuela por motivos políticos, 723 homens e 100 mulheres.
Do total de presos políticos, 653 são civis e 170 militares, correspondendo a 819 adultos e quatro adolescentes. Segundo o FP, 91 presos políticos são estrangeiros.
A organização contabiliza ainda 18.486 detenções por motivos políticos na Venezuela desde 2014.